Page 109 - AMERICA DO SUL AEROSPOSTALE
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Simoun modelo C 635
Trechos do livro: “O Pequeno Príncipe”
Rivière, o chefe da rede, é mais do que intransigente com
seus homens. É ele quem impõe os voos noturnos e luta
para mantê-los apesar das dificuldades. Ele pede a seus
pilotos que enfrentem o mau tempo para não atrasar a
correspondência, mas especialmente para superar o
medo. Graças a ele, mais de 15.000 km, o culto do correio
prima acima de tudo.
Fabien, o piloto, enfrenta a morte não para levar dobras, mas porque ele
faz o seu dever- o significado da existência.
A morte se torna uma vitória, mesmo se pagar por lágrimas e sofrimento.
O correio da Patagônia está ameaçado pela tempestade.
Fabien não consegue contornar a massa da nuvem perfurada por raios. O
aeroporto que ele acabou de deixar está preso na tempestade e qualquer
aterrissagem é impossível.
Ele não pode voltar e deve enfrentar a tempestade.
Em Buenos Aires, River aguarda notícias.
A ligação de rádio com os outros aeroportos é interrompido, muito raio. Ele
não pode fazer nada além de esperar.
Perdido nas nuvens, Fabien lança seu clarão e percebe que está sobre
o mar, muda de rumo para retornar à terra e manda uma mensagem a
Buenos Aires para informar sobre suas dificuldades.
Em Buenos Aires, Rivière entende que o avião está perdido. Ele pensa na
esposa de Fabien chegando, preocupada. Ela se sente desconfortável
neste universo onde não há lugar para pena. Na frente do Rivière não se
levanta a esposa, mas "outro sentido de vida".
Rivière sabe que Fabien ficou sem gasolina e não há esperança.
Mas se Rivière parar em um único avião, se aceitar um único atraso, a
causa dos voos noturnos seria perdida.
Tudo deve continuar. Rivière carrega "sua vitória pesada".
Citações.
Na vida, não há soluções. Há forças em movimento: você precisa criá-las
e as soluções seguem. Nós não pedimos para ser eterno, mas não para
ver os atos e as coisas de repente perderem o significado.
Se a vida humana não tem preço, sempre agimos como se algo
excedesse, em valor, a vida humana.
O objetivo, talvez, não justifique nada, mas a ação entrega a morte.