Page 151 - AMERICA DO SUL AEROSPOSTALE
P. 151
151
O oficial naval Dumont faz o ponto da situação com o sextante.
A atmosfera é irrespirável e eu procuro em vão a sombra em meu estreito
recesso, entre os lençóis quentes e os vapores inflamados que o cano de
descarga expele perto do meu rosto; mas eu só bebi dois copos de água
de Toulouse ...
Há, no entanto, seres que vivem neste forno, como os “meharistas”, cujas
tendas azuis cercam esse pequeno pedaço de terra, Nouakchott, perdido
em um deserto.
Uma bandeira francesa flutua: marcador tricolor na rota postal.
As dunas, no entanto, se picam com buchas avermelhadas; logo
aparecem as cabanas de palha e as águas lamacentas do rio Senegal:
aqui está o aeródromo de Saint-Louis e, vinte minutos depois, o de Dakar.
Ardentemente, eu queria uma parada.
Mas enquanto a tripulação vai para a cantina para uma merecida comida
e dormir, um carro me pega com a correspondência. E continuo minha
louca corrida como uma bola que jogadores habilidosos vão de mão em
mão. E agora, um motorista intrépido me leva para a cidade a um ritmo
vertiginoso, entre os nativos que assustam nossa sereia especial.
