Page 156 - AMERICA DO SUL AEROSPOSTALE
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                  Um nativo da Bahia indo ao mercado.







































                      Não saia; nós gritamos. Mas Rolland mostra as bolsas multicoloridas
                  que devem ser hoje à noite na Bahia; e nós lançamos à noite: uma noite
                  opaca e fria que não me permite distinguir o fim das asas; suspenso na

                  escuridão acima do "mato" desse deserto de cerdas, sinto uma impressão
                  assustadora de solidão, de abandono.

                   E ainda, de todos os lados, as estações T.S.F estão procurando por nós
                  para  nos  guiar.  Não  é  verdade  que  em  Paris,  a  gestão  da  própria
                  Aeropostale, informada a cada hora sobre a nossa situação, toma parte

                  das nossas ansiedades?

                  À minha frente, vejo, iluminados pelas lâmpadas do tabuleiro, as cabeças
                  de  dois  homens,  dos  quais  eu  estaria  errado  em  duvidar;  e  meu
                  desconforto é transformado em um tédio banal. As faíscas do motor me
                  avisam da nossa descida a Maceió, cujas luzes e holofotes mal penetram

                  no nevoeiro.

                   O teto é mais baixo e mais baixo; mal tocamos o chão até que grandes
                  gotas de chuva começam a cair, o que nos força a afastar o avião apesar
                  das objeções do piloto mal resignado.


                  Em  Pelotas:  o  correio  é  descarregado  do  "Laté  28"  para  ser
                  transportado em outro avião.
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