Page 51 - AMERICA DO SUL AEROSPOSTALE
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decolagem, era levada no mar até trinta quilômetros da costa, enquanto
enfrentava o vento, ele virou as costas para o oceano, apesar de todos os
esforços de seu piloto para trazê-lo de volta ao continente.
Demorou este último 3 horas 50 luta, tentando várias altitudes, para
finalmente chegar ao litoral nivelado com as ondas desencadeadas. A
velocidade do vento no solo era quase a mesma que a da aeronave e, às
vezes, mais alta, fazendo com que ela se invertesse. Os quatro
passageiros e o piloto pensaram que nunca mais veriam o chão.
Tão logo estes ventos foram desencadeados, foram tomadas precauções
especiais para o pouso dos aviões que eles surpreenderam. As
autoridades militares de Comodoro Rivadavia até nos deram a assistência
da tropa para a seguinte manobra: quando um avião aterrissaria por um
desses ventos furiosos, dois grupos de seis a oito homens foram
organizados para que essas duas equipes formassem um corredor com
cerca de trinta metros de largura e cerca de cinquenta.
O avião, motor quase cheio, estava em pé no meio deste corredor.
O piloto mantinha seu motor em potência máxima para que a aeronave
não avançasse ou recuasse, até que os mecânicos pudessem passar por
debaixo da muleta a carruagem da cauda que assim mantinha a linha de
voo da aeronave, para oferecer menos resistência ao vento.
Ao mesmo tempo, cada grupo de soldados reunia-se e, com um longo
poste de bambu ao final do qual estava preso um gancho grande e sólido,
eles correram para colocar este gancho em um grande anel que havia sido
planejado para isso, na extremidade superior do mastro dianteiro sob cada
asa.
Uma vez que o anel foi pendurado, o grupo permaneceu suspenso do
bastão de bambu; o avião estava assim fixo ao chão apesar das rajadas
de vento. A um sinal combinado, com a ajuda do motor, o piloto avançava
muito lentamente a sua aeronave, que era então reportada ao hangar em
frente à abertura de onde havia aterrissado, com as dificuldades e os
solavancos que pudemos, imagine!